O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que investigações de pessoas sem mandato, envolvidas na tentativa de golpe de Estado de 2022, continuem sob sua jurisdição. A decisão impede que os casos sejam remetidos à 1ÂȘ Instância após o tĂ©rmino do mandato, seja por renĂșncia, cassação ou não reeleição.
A medida impacta diretamente o ex-presidente Bolsonaro e seus ex-ministros, como Augusto Heleno, Walter Braga Netto, Paulo SĂ©rgio Nogueira e Anderson Torres. Eles buscavam transferir seus julgamentos para instâncias inferiores, uma manobra agora bloqueada pela nova diretriz do Supremo.
A alteração na jurisprudĂȘncia foi anunciada durante um evento promovido pela empresa Edelman, em BrasĂlia, contando com a participação do ministro Gilmar Mendes.
"Ă muito interessante que a gente possa ver no tribunal um elemento, muitas vezes, de moderação em relação aos excessos cometidos." afirmou Mendes.
Mendes defendeu a importância de o tribunal realizar autocrĂticas e corrigir seus próprios excessos, argumentando que a prĂĄtica anterior de remeter processos à 1ÂȘ Instância poderia levar a constrangimentos e perseguições polĂticas.
A decisão do STF ocorre em um momento crĂtico, em que a Corte tem sido alvo de crĂticas por parte de conservadores, que a acusam de ativismo judicial e perseguição polĂtica. A medida certamente reacenderĂĄ o debate sobre os limites do poder do STF e sua atuação em casos de grande repercussão polĂtica.
*Reportagem produzida com auxĂlio de IA