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TRT-1: Escândalo! Afastados, Desembargadores Levam R$6,9 Milhões!

STJ condena e determina perda de cargos por corrupção, mas pagamentos milionários revoltam.

Por Águia News/Gileno Miranda em 18/03/2025 às 15:50:18

TrĂȘs desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho da 1ÂȘ Região (TRT-1) receberam um total de R$ 6,9 milhões entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2024, perĂ­odo em que estavam afastados de suas funções. A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles, com base em dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Os desembargadores Marcos Pinto da Cruz, JosĂ© da Fonseca Martins Junior e Fernando Antonio Zorzenon da Silva foram condenados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por envolvimento em um esquema de corrupção. Durante parte do perĂ­odo de afastamento, o trio cumpriu prisão domiciliar, o que não impediu o recebimento dos salĂĄrios.

Os valores recebidos por cada um dos desembargadores são: Marcos Pinto da Cruz (R$ 2,03 milhões), JosĂ© da Fonseca Martins Junior (R$ 2,19 milhões) e Fernando Antonio Zorzenon da Silva (R$ 2,70 milhões). Recentemente, a Corte Especial do STJ determinou a perda dos cargos dos trĂȘs magistrados, embora ainda caiba recurso.

As investigações do MinistĂ©rio PĂșblico Federal (MPF) apontaram que os desembargadores receberam propina para facilitar a inclusão de empresas e organizações sociais (OSs) no Plano Especial de Execução da Justiça do Trabalho no Rio de Janeiro. O esquema envolvia a contratação de um escritório de advocacia indicado pelos magistrados, que repassava parte dos honorĂĄrios aos envolvidos.

A denĂșncia do MPF tambĂ©m envolveu o ex-governador Wilson Witzel e o ex-secretĂĄrio estadual de SaĂșde Edmar Santos, que firmou acordo de delação premiada. A relatora do caso no STJ, Nancy Andrighi, determinou o desmembramento da ação penal, mantendo apenas os quatro desembargadores como rĂ©us.

A mecânica do esquema consistia na inclusão de OSs com dĂ­vidas trabalhistas no plano especial. Em troca, essas organizações contratavam um escritório de advocacia indicado pelos magistrados, que repassava parte dos honorĂĄrios aos envolvidos. A advogada Eduarda Pinto da Cruz, irmã de um dos desembargadores, tambĂ©m estaria envolvida no esquema, intermediando o pagamento da propina.

"Para dar prosseguimento ao ilĂ­cito, depois de recrutada por Edmar dos Santos e Wilson JosĂ© Witzel, a organização social deveria contratar a advogada Eduarda Pinto da Cruz, irmã do desembargador Marcos Pinto da Cruz, por intermĂ©dio de outro escritório de advocacia, que, depois de receber seus honorĂĄrios, restituiria os valores para os participantes do ilĂ­cito" diz a denĂșncia.

Durante o julgamento no STJ, houve divergĂȘncias entre os ministros. A relatora, Nancy Andrighi, destacou a associação entre os desembargadores, advogados e membros do governo estadual para a prĂĄtica de crimes como corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro.

"É de clareza cartesiana a associação delitiva formada entre desembargadores, advogados e altos membros do Poder Executivo estadual, para o fim de cometer os crimes de corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais, com intrincada mecânica de cooptação e divisão de tarefas" disse Nancy em sessão anterior.

O ministro Og Fernandes apresentou uma posição divergente, condenando Cruz a 15 anos e trĂȘs meses, Martins a nove anos, sete meses e 16 dias, e absolvendo Zorzenon e Rodrigues. Outros ministros tambĂ©m apresentaram diferentes condenações e posicionamentos.

*Reportagem produzida com auxĂ­lio de IA

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